Os protestos contra o golpe militar em Mianmar, instituído em 1° de fevereiro, continuam e a polícia tem agido com mais violência. Durante as manifestações de ontem, 20, policiais atiraram com balas reais em Mandalay, a segunda maior cidade do país.
Segundo a mídia local, manifestantes gritavam pedindo que a polícia saísse enquanto batiam panelas e a polícia começou a atirar. Foram confirmadas a morte de 2 pessoas, uma com um tiro na cabeça e outra com um tiro no peito, e 6 feridos por balas reais. Outras dezenas ficaram feridas por balas de borracha.
Pelo segundo dia seguido, policiais prenderam manifestantes em Myitkyina, no estado de Kachin. A minoria étnica Kachin é uma das etnias fortemente repreendidas pela polícia em Mianmar desde o início da Guerra Civil, em 1948.
As manifestações de sábado também foram marcadas pela união de algumas minorias étnicas, em Yagon, apesar das críticas à líder da Liga Nacional pela Democracia, Aung San Suu Kyi. Membros da comunidade LGBT também se uniram aos protestos.
Foto: Reuters
O jornal estatalGlobal New Light of Myanmar afirmou que os manifestantes atacaram os policiais e 8 deles teriam ficado feridos. O jornal não menciona mortes.
Hoje, 21, os protestos seguiram – e aumentaram. Logo no início das manifestações, a polícia prendeu Lu Min, ator famoso no país que participou das manifestações em Yangon. Ele era uma das 6 celebridades procuradas pela polícia acusadas de incentivar a violência. Se condenado, Lu Min pode ser sentenciado a 2 anos de cadeia.
A Associação de Assistência a Presos Políticos afirma que 569 pessoas já foram presas desde a instituição do golpe militar.
Guerra virtual
O grupo de hackers Anonymous derrubou os sites da junta militar em apoio aos manifestantes:
“Em harmonia com nossas políticas globais, estamos removendo a página Tatmadaw True News Information do Facebook por repetidas violações de nossas regras que proíbem a incitação a violência”
Em 2018, a rede social já havia sancionado os militares do país. O líder do Exército, Min Aung Hlaing, que hoje é presidente do país, e outros 19 militares foram banidos do Facebook por “coordenarem comportamento inautêntico”.
Durante as eleições de novembro de 2020, o Facebook anunciou a exclusão de uma rede de 70 contas e páginas operada por militares para a distribuição de fake news.
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Jornalista formada pela UCPel-RS, especialista em Relações Internacionais pela UnB e pós-graduanda em Cinema e Audiovisual pela Belas Artes de São Paulo. Podcaster no MIDcast política, #AdyNews e SulCast.