O Ministério Público Estadual de Tamaulipas anunciou que pelo menos 12 policiais estaduais participaram do massacre de 24 de janeiro, no qual 19 pessoas foram assassinadas em Camargo, a maioria delas migrantes guatemaltecos.
O promotor Irving Barrios anunciou que os agentes já foram presos e em breve serão levados à Justiça.
“O Secretário de Segurança Pública do Estado forneceu informações que, somadas aos meios de prova científicos e tecnológicos, permitiram constatar que nos acontecimentos do referido dia 22 de janeiro participaram pelo menos 12 elementos da Polícia Estadual”, afirmou o procurador em coletiva de imprensa.
Entre os crimes imputados à polícia estão os de homicídio qualificado, abuso de autoridade no desempenho de funções administrativas e falsidade em relatórios prestados à autoridade, uma vez que se presume que alteraram as provas da cena do crime.
O procurador Barrios indicou acreditar que os agentes alteraram o local do crime, uma vez que não havia cartuchos e munições que correspondessem aos disparos que a caminhonete atacada recebeu. Além disso, foram detectadas contradições entre o boletim de ocorrência e as entrevistas com os agentes.
Sobre o motivo do massacre, o Ministério Público considera que se trata do conflito entre grupos criminosos locais que operam na região e se disputam negócios ilegais como o contrabando de migrantes, sem sequer mencionar nenhum.
A área é disputada por dois grupos: o Cartel do Nordeste, uma divisão de Los Zetas, e o Cartel do Golfo, que está instalado em Tamaulipas há anos.
Por sua vez, o promotor confirmou que haveria outros veículos com mais migrantes da Guatemala e El Salvador que teriam salvado suas vidas, o que confirma a versão que o prefeito de Comitancillo, Héctor López Ramírez, disse ao Animal Político. Comitancillo, município com maioria de indígenas Mam no departamento de San Marcos, é o local de origem da maioria das vítimas, segundo seus próprios parentes.
No momento, quatro vítimas foram identificadas, duas de nacionalidade mexicana e duas guatemaltecas.
Entre os mexicanos estão Jesús M., dono do caminhão Toyota Sequoya que apareceu em uma operação contra o tráfico de pessoas na qual 66 migrantes foram capturados pela Polícia Municipal de Escobedo, em Nuevo León. Também Daniel “P”, natural do Estado de San Luis Potosí, a quem o Ministério Público vincula ao contrabando de migrantes.
*com informações de Animal Politico
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