Milhares de pessoas tomaram as ruas de diversas cidades do Haiti, na última sexta-feira, 15, para protestar contra o presidente Jovenel Moïse. Houve confronto com a polícia e uma mulher levou um tiro no braço, mas passa bem. Outras dezenas de pessoas ficaram feridas por balas de borracha.
Líderes de oposição entraram em contato com a embaixada dos Estados Unidos na cidade de Tabarre pedindo para que Joe Biden auxilie o país e demande novas eleições parlamentares e presidenciais antes da data estabelecida, 19 de setembro de 2021.
Protestos aconteceram também em Miami e Nova York, nos Estados Unidos, e em Quebec, no Canadá.
Protestos em Nova York, no dia 15 de janeiro Foto: Kim Ives/Haïti-Liberté
Jovenel Moïse assumiu em 2016 após ganhar a eleição presidencial com 52% dos votos. No Haiti, o mandato de um presidente dura 5 anos, portanto ele deveria sair no dia 7 de fevereiro de 2021. No entanto, Moïse diz que, por questões políticas, só pode assumir o cargo em 2017.
A onda de protestos começou em outubro do ano passado. Ontem, a ONU alertou para a possibilidade da escalada da violência política no país. A organização lembra que os protestos de 2018 e 2019 começaram pacíficos e se tornaram violentos rapidamente. Na época, a população tomou as ruas em resposta ao aumento no preço da gasolina. O governo chegou a bloquear estradas que davam acesso a hospitais e atacou unidades de saúde. Pelo menos 133 pessoas morreram e mais de 550 ficaram feridas nos 14 meses de conflito nas ruas.
🇭🇹 #Haiti: The authorities should act to avoid repetition of #HumanRights violations and abuses during protests.
Law enforcement officers must abide by international norms and standards regarding the use of force when dealing with protests.
Jornalista formada pela UCPel-RS, especialista em Relações Internacionais pela UnB e pós-graduanda em Cinema e Audiovisual pela Belas Artes de São Paulo. Podcaster no MIDcast política, #AdyNews e SulCast.