Vacinação ocorreu no Hospital das Clínicas de SP logo após a Anvisa aprovar o uso emergencial da coronavac
Vanuza Kaimbé, de 50 anos, foi a primeira indígena a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Enfermeira e assistente social, ela reside na Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, localizada em Guarulhos, reigão da Grande São Paulo, onde é liderança e também uma das fundadoras. Lá, além de indígenas da etnia Kaimbé, vivem também indígenas das etnias Pankararu, Pankararé, Wassu Cocal e Tupi. Ela também é presidente do Conselho dos Indígenas Kaimbé do Estado de São Paulo.
“Foi porque fiz uma campanha para os testes com o Instituto Butantan, eu fiquei com o Covid e o Instituto veio fazer os testes, ai eles lembraram de minha luta pelos testes e esperança pela vacina”, conta Vanuza, sobre a escolha de ser a primeira indígena a ser vacinada.
Vanuza foi uma das primeiras pessoas a serem vacinadas com a coronavac, após a aprovação em caráter emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira a ser imunizada foi Mônica Calazans, de 54 anos, enfermeira atuante na linha de frente no Hospital Emílio Ribas. A vacinação ocorreu na tarde deste domingo (17) no Hospital das Clínicas, em São Paulo, e contou com a presença do governador João Dória, do diretor do Instituto Butantan e veículos de imprensa.
Ativista no movimento indígena há mais de 20 anos, Vanuza – que também foi técnica de enfermagem por 10 anos na CASAI (Casa de Saúde Indígena) de São Paulo – conta sobre ter sido a primeira indígena a receber a vacina no Brasil: “Foi um alívio e gratidão, esperança de continuar viva”, disse.
Apesar disso, o Plano de Vacinação do Governo Federal não contempla todos os mais de 800 mil indígenas do país. A primeira fase da vacinação, que terá início nesta segunda-feira (18) em São Paulo, e na quarta-feira (20) em todo o país, irá contemplar somente indígenas residentes em Terras Indígenas demarcadas, excluíndo indígenas de áreas de retomada, territórios não demarcados e residentes em áreas urbanas.
“Ao governo, índio é índio na aldeia e na cidade. A cidade invadiu nossos territórios e por isso estamos na cidade”, afirma Vanuza.
Ela também lembra e incentiva que os demais indígenas no país se vacinem: “Parentes, quem ama vacina seus parentes, vacinar é resistência”, finalizou.
Aproveitando o ensejo….
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