Covid-19: Como é viver em quarentena em Taiwan

Enquanto o ocidente tem passado dificuldades com o enfrentamento à covid-19, as medidas mais restritivas adotadas por governos orientais têm se mostrado cada vez mais efetivas. Nós já mostramos aqui como é chegar à Coreia do Sul por avião vindo de uma área considerada de risco, no caso da reportagem, o Reino Unido.

Taiwan é um desses países que adotou medidas restritivas consideradas por muitos ocidentais como “radicais demais”. A ilha teve apenas 7 mortes e 842 infectados, sendo a maioria dos casos importados. A jornalista de Los Angeles, Josie Huang, está de quarentena em um hotel em Taipei, capital do país e vem contando sua experiência no Twitter.

Josie explica que norte-americanos não precisavam de visto para entrar no país até agora. É necessário ter um resultado negativo em um exame PCR e preencher uma declaração online. Violação das regras gera multa.

Dentro do avião, Josie relata que é exigido ocupação máxima de um terço da capacidade e ninguém pode sentar na poltrona ao lado de nenhum outro passageiro. As roupas usadas pelas aeromoças também são especiais.

Ao aterrissar, você precisa habilitar o celular para funcionar no país. É pela localização que as autoridades vão se certificar de que você cumpriu toda a quarentena. A jornalista conta que recém chegados não podem usar transporte público, por isso o aeroporto disponibiliza táxi para quem não tem carona. Antes, álcool em tudo.

Huang diz que máscara não é algo estranho por lá, pois o país enfrentou a epidemia de SARS, em 2003. A SARS é um tipo de coronavírus também descoberto na China. Em Taiwan, 31 pessoas morreram.

O governo de Taiwan criou o programa Quarentena de Prevenção Epidêmica para que hotéis possam ser preparados para funcionar da forma mais segura possível. A equipe toda é treinada para evitar o máximo de contaminação. O hotel em que Josie Huang se hospedou faz parte desse programa.

Huang foi instruída a entrar pela porta lateral do hotel para não entrar em contato com os outros hóspedes. No balcão, lhe foi entregue um termômetro para que ela mesma possa medir sua temperatura a cada 12 horas. A jornalista conta que se atrasou um pouco para relatar a temperatura e recebeu uma ligação perguntando se estava tudo bem. No outro dia, atrasou para responder a mensagem de checagem de sintomas por 14 minutos porque estava tomando banho e recebeu outra mensagem logo em seguida.

O hotel providenciou, também, detergente para que as roupas possam ser lavadas na pia. O serviço de lavar roupas não é disponível para recém chegados. A comida é entregue no quarto, com 3 refeições ao dia.

A jornalista também mostrou um vídeo de um caminhão de lixo com mensagens lembrando das medidas contra a covid-19.

“Queridos cidadãos, durante esse período de pandemia, por favor se mantenham socialmente distantes por 1 metro e meio em lugares fechados e 1 metro em lugares abertos. Usem máscara quando forem utilizar o transporte público e em espaços públicos. Lave as mãos com sabão, ligue para a central da pandemia 1922 se você estiver com algum sintoma” – dizia a mensagem.

Josie começou sua quarentena no dia 31 e passou a virada do ano dentro do quarto em seu hotel. A jornalista segue relatando suas experiências no twitter.

Artigo em atualização

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