No mesmo dia, trumpistas migraram em massa para o Parler. A rede social foi fundada em 2018 como uma alternativa para que as pessoas possam “falar livremente e se expressarem abertamente sem o medo de serem retirados da plataforma por suas visões”, diz o site oficial. O Parler já vinha sido utilizado antes do ataque ao Capitólio, mas viu seu número de usuários crescer após o banimento e chegou a suspender a criação de novas contas. Lá, até mesmo um dos advogados de Donald Trump, Lin Wood, postou uma ameaça ao vice-presidente, Mike Pence.
“Eles os deixam entrar. Mantenham a artilharia pronta. Pence vai primeiro”
A postagem foi deletada no dia seguinte. Outros conhecidos da extrema-direita também migraram para o Parler, como o nosso presidente Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro colocou o usuário do Parler na sua biografia do Twitter
Os relatos de ameaças dentro da plataforma fizeram com que o Google e a Apple banissem o app de suas lojas. Mais tarde, a Amazon, host do aplicativo, decidiu tirar o app do ar. Advogados também largaram a rede social como cliente, eliminando o Parler da internet por, pelo menos, 2 semanas. Ainda não se sabe se a decisão será definitiva, mas o CEO da empresa, John Matze, assumiu em entrevista à Fox News que nenhuma empresa quer ser o novo servidor do Parler.
Usuário MGF no Parler diz: “atenção patriotas, faça eco [algo como RT no Twitter] se você quer matar Jeff Bezos [dono da Amazon]”Usuário Gunsbaby para outro usuário: “Por que você ainda está defendendo não-violência? É A HORA DE VIOLÊNCIA AGORA. Nós precisamos estar presentes na posse de Biden e espancar a esquerda. Nós ganhamos com violência. Política não funciona”
Enquanto o futuro do Parler estava sendo decidido, alguns usuários já estavam migrando para outra rede social: o Gab. A movimentação foi tão grande que o sistema chegou a cair. Segundo a rede social, mais de 10 mil contas novas foram criadas por hora ontem.
O Gab foi fundado em 2016 por Andrew Torba, em resposta a uma “censura em massa” das plataformas de mídia, principalmente com vozes da direita. Desde então, a rede social é conhecida como um lugar onde memes rascistas e antissemitas e teorias de conspiração, como o QAnon, podem ser postados livremente. Já em 2017, a Google baniu o aplicativo de sua loja de apps.
Foi em 2018 que a rede social ficou conhecida no mundo inteiro. Em 27 de outubro daquele ano, Robert Bowers, um homem branco, entrou atirando em uma sinagoga em Pittsburgh, na Pensilvânia, e matou 11 pessoas. O terrorista tinha uma conta verificada no Gab, e era ali que ele disseminava as suas ideias.
Na época, o fundador do site disse em nota:
“Não importa o que você escreve. Não importa o que as sofistas cabeças falantes na TV estão dizendo. Não importa o que anônimos verificados dizem no Twitter. Nós temos muitas opções, recursos e suporte. Nós vamos fazer o que pudermos para manter o Gab online e defender a liberdade de expressão e liberdade individual de todas as pessoas”
No entanto, um dos hosts da época, o Joyent, baniu o aplicativo. As plataformas de processamento de pagamentos, o PayPal e o Stripe, também baniram o app. O Gab ficou fora do ar e agora funciona sem necessidade de um servidor externo.
Hoje, a página oficial do Gab no Twitter está comemorando o aumento no número de usuários, ao mesmo tempo em que demonstra apoio irrestrito a Donald Trump.
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Jornalista formada pela UCPel-RS, especialista em Relações Internacionais pela UnB e pós-graduanda em Cinema e Audiovisual pela Belas Artes de São Paulo. Podcaster no MIDcast política, #AdyNews e SulCast.
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