Lembro da vaza jato que revelou a ambição do procurador Deltan Dallagnol de concorrer ao senado e de lançar um candidato por estado.
Em fevereiro de 2020, o então promotor de justiça Alfredo Gaspar criou uma conta na rede social Twitter. Em março, entregou a chefia e pediu exoneração do MP-AL, sem dizer o motivo de sua saída. E por fim, em outubro, começou sua campanha eleitoral para a prefeitura de Maceió.
E o que falar da ex-magistrada Selma Arruda, que teve o seu mandato como senadora cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusada de cometer abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos?
Ainda temos os juízes Odilon e Wilson Witzel que em 2018 deitaram rolaram em seus históricos com a toga durante o pleito de 2018.
Isso porque nem cheguei no ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro!
Vocês ainda acham que não precisamos barrar a politização do processo penal e do sistema acusatório que em alguns casos ocorrem através de violações?
Juíza sorveteira
Vivemos tempos absurdos. Tempos onde uma juíza usa as redes sociais para ensinar como burlar a legislação, promover teorias conspiratórias das mais amalucadas e fazer militância política velada, o nome da magistrada? Ludmila Lins Grilo
Seu vídeo, onde ensina a tomar sorvete para não ter que usar máscara de proteção contra o coronavírus em um shopping, foi imitação de um outro vídeo, feito pela atriz Luana Piovani – que dias depois foi diagnosticada com covid-19 -.
Além da falta de originalidade para delinquir, ainda há a gritante falta de decoro da juíza que em tom jocoso rebate os críticos. Somadas à desfaçatez e o viés ideológico, fica claro: ela está criando uma marca, cativando um eleitorado.
A presença da juíza nos canais de comunicação alinhados à extrema direita como Terça Livre, Senso Incomum e Leda Nagle é recorrente, Grilo é inclusive colunista no blog bolsonarista Senso Incomum.
A flagrante indisciplina da juíza é característica de alguém que não vai se a balar se a punição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vier através de uma aposentadoria compulsória (onde o magistrado pode manter ganhos proporcionais).
A impressão que passa é de que realmente quer uma para viver na mamata e ainda virar política.
O CNJ precisa mostrar que está no comando e dar um basta para as atividades da magistrada, sem aposentadoria e se possível, impondo uma quarentena eleitoral. Hoje, casos de aposentadoria compulsória já são acompanhados de oito anos de quarentena para juízes e promotores.
O CNJ não estará fazendo nenhuma feitiçaria ou malabarismo para punir a juíza-delinquente – direto do dicionário: “que ou o que delínque, contrariando a lei ou a moral; criminoso, infrator”- .
Em julho do ano passado, tanto Dias Toffoli, do STF, quanto Rodrigo Maia, presidente da Câmara, defenderam um período de oito anos de quarentena para membros do Ministério Público e juízes.
Quarentena que, na minha opinião, deveria ser estendida não só para os cargos eletivos, mas para qualquer cargo de indicação política.
Segundo a nossa Constituição, o exercício dessas funções (MP e magistrados) não é vinculado a governos justamente para que não seja permitida vinculação ou uso político do cargo pelo ocupante, ou por terceiros.
O Brasil da democracia precisa coibir o uso de cargos públicos como palanque. Isto é, se deseja ser uma democracia sólida e respeitada.
Aproveitando o ensejo….
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