E não são lágrimas que deixaram de ser choradas. São as pessoas, que podiam estar ajudando a diminuir esses números que se recusam a sentir, a se compadecer. “E daí?”, diz uma delas . “Por que essa ansiedade, angústia?” diz outra.
Talvez, se falarmos na linguagem deles, a do dinheiro, eles se interessem. É isso que esse texto se propõe a fazer. Os números, quando forem sensíveis a datas, são do dia 28 de dezembro. O número de reações graves refere-se a casos de Paralisia de Bell e reações alérgicas graves relatadas ao CDC americano e/ou ao NIH, além de relatos na imprensa do Reino Unido.
Foram, até aquela data, 5,31 milhões de indivíduos vacinados em todo o mundo. Dessas, apenas 12 apresentaram alguma reação que necessitou de intervenção médica. A mais comum delas, de reação alérgica aconteceu sobretudo em pacientes com histórico de choque anafilático (ou seja, que já sabiam que corriam risco de uma reação exagerada do sistema imunológico) e foram prontamente revertidas.
Trocando em miúdos, 2,3 pacientes por milhão tiveram alguma reação. Ou seja, em uma cidade como São Paulo, com seus 12 milhões de habitantes, o número de pessoas que potencialmente poderiam ter efeitos adversos assim ocuparia apenas a primeira fileira do Theatro Municipal. Todos os demais 1490 assentos do Theatro permaneceriam vazios.
Se extrapolarmos essa conta para o Brasil inteiro, teríamos, arredondando para cima, 500 casos de reações adversas. Não encheria um terço do teatro mencionado no exemplo. Ocuparia uma sala de cinema grande. E ainda seria menos da metade do número de mortes por dia, por COVID-19 no fim de dezembro.
Observando de outro modo, se vacinássemos o país inteiro, teríamos 0,00024% da população com efeito adverso. Há uma chance maior de se ganhar na megasena fazendo uma aposta de 9 números do que isso. Morreu mais gente caindo de escadas em 2019 do que teriam efeitos adversos tomando a vacina, segundo SIM-DATASUS.
É importante destacar que reações como essas não são exclusividade das vacinas contra o Coronavírus e, se adequadamente tratadas, representam um número muito pequeno de sequelas, certamente menor do que as doenças que foram desenvolvidas para combater.
Mas vejamos o outro lado dessa conta. O país, no dia 28 de dezembro, contava com média móvel dos últimos 7 dias, de 34.667 novos casos por dia. Desses, pela evolução natural da infecção, 5% irão se agravar e precisar de UTI. São 1.733 novos casos que irão parar na UTI gerados a cada dia. Em média, cada um desses irá ficar 15 dias internado, a um custo diário de 2,5 mil reais. São 37,5 mil reais por cada paciente durante sua estadia como um todo. A cada dia, geramos, portanto, um gasto só em UTI, de 64,987 milhões de reais. Notem que essa cifra exclui casos de internação mais simples e o impacto de óbitos.
Vejam, geramos EM UM SÓ DIA, um gasto que cobriria TODAS as potenciais indenizações das reações adversas de vacinas, a imensa maioria das quais são tratáveis e sequer resultariam em campo para processo contra os produtores, o governo ou quem quer que tenha feito a aplicação.
Os custos com mortes são incomensuráveis e irreversíveis. Continuar no caminho que estamos é aceitar que estes, e os custos com internações, serão parte do nosso orçamento público por muito muito tempo.
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