Trabalhadores de empresas agroexportadoras retomaram nesta segunda-feira ( 21) os bloqueios da estrada principal costeira do Peru, protestando contra a negligência parlamentar em relação a reivindicação de melhores salários e condições de trabalho, eles pedem que seus salários nas empresas agroexportadoras aumentem de 11 para 18 dólares por dia.
O protesto é uma reação ao fracasso do Congresso peruano, que, após dois dias de sessões, não aprovou uma lei de promoção agrária para substituir a que anulou no início de setembro, devido à pressão do fechamento de estradas, também por camponeses e outros trabalhadores, cuja repressão resultou em uma morte.
A nova legislação, de acordo com a demanda dos trabalhadores, deve fixar aumentos salariais que as empresas, que se beneficiaram de mais de duas décadas de regimes fiscais promocionais de isenção e redução dos direitos trabalhistas, se recusem a aceitar.
O fechamento das estradas começou ao amanhecer na rodovia Panamericana, em três pontos na região norte de La Libertad e outros três na região sul de Ica, e impediu a passagem de centenas de carros, ônibus de passageiros e caminhões.
O parlamento peruano não pôde aprovar a nova lei porque o projeto (que os trabalhadores já consideravam insuficiente) não alcançou maioria, pois a votação resultou em: 26 abstenções, 43 contra e apenas 25 a favor.
Este resultado foi precedido por uma intensa campanha de mídia e publicidade, segundo a qual as culturas de exportação, um dos principais itens de vendas no exterior, irão à falência se os salários forem aumentados, o que os empregadores se recusam a fazer.
O governo do Peru, em meio a uma crise institucional, afirmou ser incapaz de atender à demanda de salários porque a Constituição e as leis estabelecem que os salários são negociados diretamente entre empregadores e trabalhadores, sem intervenção do Estado, que só pode elevá-los no setor estatal.
Aproveitando o ensejo….
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